Brainspotting

"Onde você olha afeta o que você sente." Dr. David Grand

O que é Brainspotting ?

É uma terapia baseada em relacionar pontos de visão (para onde olhamos) com lembranças e emoções internas relacionadas com a nossa queixa emocional. Sabendo que o trauma ou nossa dor emocional fica aprisionado em nossa mente, utilizamos o nosso campo de visão para identificar onde ele está alocado em nosso cérebro subcortical e reprocessar este conteúdo para diminuir ou mesmo eliminar a carga emocional das lembranças e sentimentos que nos atormentam.

Brainspotting é considerado uma alternativa neuro-psico-biológica de tratamento muito eficaz para diversos transtornos emocionais que passamos, desde os mais simples casos de ansiedade até situações mais complexas, como depressão crônica, transtorno de estresse pós-traumático, bipolaridade etc.

Quando passamos por forte sofrimento emocional há um desequilíbrio interno que se manifesta em nosso sistema nervoso e que reduz nossa capacidade de reprocessar e resolver experiências intensas. Então, quando “arquivamos” nossas experiências emocionais desagradáveis ou traumáticas, sem a devida elaboração ou resolução, elas continuam se manifestando em nossas vidas. É um passado que não passa, interferindo negativamente em nosso dia a dia de diversas maneiras: pesadelos, insônia, medos, depressão, ansiedade, déficit de atenção, abuso de substâncias, compulsões etc

Através de pesquisas científicas, aprendemos sobre o papel do movimento dos nossos olhos durante o sono (chamada de fase do sono REM) com o armazenamento de nossas experiências diárias vividas no nosso cérebro. A partir de então, percebeu-se que havia uma forte correlação entre o movimento dos olhos com a ativação e manutenção das áreas e conteúdos de memória no cérebro, com os “brainspots”.

Um “brainspot” é considerado um ponto específico no nosso cérebro que é ativado quando olhamos para algum lugar enquanto falamos ou pensamos sobre alguma coisa. Esse conteúdo que pensamos ou lembramos tem uma carga emocional que possivelmente se encontra na amígdala, no hipocampo ou no córtex órbito-frontal do sistema límbico de nosso cérebro. É nossa memória guardada em um ponto de nosso cérebro. É como uma resposta neurofisiológica (subcortical) ao ponto de ativação relacionado à desregulação emocional.

Como é realizado o Brainspotting?

Para identificar os brainspots o psicólogo solicita que o paciente fale a respeito de sua aflição e auxilia na identificação do nível de perturbação que ele sente quando relembra o fato. Em conjunto, pede que sinta em seu corpo onde percebe os sentimentos que vão surgindo e quais os nomes destes sentimentos (medo, raiva, angústia etc). Na sequência, é feita uma varredura com o olhos que percorrem uma linha imaginária horizontal e vertical buscando o ponto que parece ser mais correspondente com o que foi lembrado e sentido. Enquanto isso, o psicólogo observa sinais corporais que denunciam o quanto a lembrança foi ativada, como espasmos corporais, congelamento, piscares, algum tipo de movimento corporal que mostre certo incômodo, mudança, sensibilidade, tique, engolir diferente, contorção do corpo, mudança na respiração etc.

Após determinar o ponto correspondente à lembrança e emoções que surgiram é solicitado que o paciente se mantenha focado continuamente no ponto que estará representado por uma ponteira, um dedo ou uma parte corporal sua. Enquanto estiver neste “brainspot” ele irá observar lembranças, emoções e sensações que forem surgindo enquanto o cérebro vai elaborando os conteúdos selecionados que foram trazidos para a psicoterapia. Este processo podemos chamar de atenção plena focada, muito semelhante ao processo de meditação.

Durante o processo psicoterápico, o brainspotting se desenvolve no que é chamado de sintonia dupla: relacional e neurobiológica. A primeira diz respeito à relação que existe entre paciente e psicoterapeuta, de se sentir seguro e acolhido no processo, enquanto a segunda requer o engajamento dos aspectos neurofisiológicos solicitados via comportamento somático para melhor orientar o processo terapêutico.

De modo geral, ao fim do processo psicoterápico é esperado que haja uma redefinição da memória que ativa angústias, medos e outras respostas emocionais. A resposta emocional experimentada no corpo, e que foi transmitida através do trato paleoespinotalâmico para o mesencéfalo e tálamo e para os gânglios da base e córtex, não apresenta mais perturbação, como num reset emocional que ocorre antes ainda dos fluxos de processamento. 

Quem é David Grand, o desenvolvedor da abordagem terapêutica chamada de Brainspotting?

David Grand é um psicoterapeuta especialista em traumas emocionais e assistente social clínico licenciado com PHD pela International University, desenvolvedor do Brainspotting. Entre seus trabalhos estão apoio e tratamento a sobreviventes de traumas profundos, como veteranos de combate do Iraque, Afeganistão e furacão Katrina, além dos sobreviventes da tragédia do 11 de setembro nos EUA. Ele desenvolveu o que hoje é chamado de Brainspotting.

Quando passamos por forte sofrimento emocional, há um desequilíbrio que se manifesta em nosso sistema nervoso (com alterações de adrenalina e em nossos neurônios), o que reduz nossa capacidade de reprocessar experiências.

Então quando “arquivamos” o trauma, ele fica “guardado de forma errada”. É uma lembrança mais perturbadora do que deveria ser. É um passado que não passa. Ele passa a interferir negativamente em nosso dia a dia de diversas maneiras: Dificuldade de concentração, de relaxamento, de aprendizado, de bem estar e tantas outras.

Se você não sabe qual abordagem é a mais indicada para o seu caso, você pode conversar com um psicólogo e pedir ajuda.
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