Esta terapia é considerada uma das descobertas mais importantes no campo da psicologia nos anos 90. É recomendada pela Organização Mundial da Saúde como uma das alternativas mais eficazes no tratamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
EMDR significa Eye Movement Desensitization and Reprocessing (Dessensibilização e reprocessamento cerebral através de movimentos oculares), foi desenvolvido por Francine Shapiro em seus estudos sobre traumas relacionados ao pós guerra na década de 1980. Ela recebeu diversos prêmios por seus estudos científicos: Prêmio Internacional Sigmund Freud, o Prêmio da American Psychological Association Trauma Division e o Distinguished Scientific Prêmio Achievement in Psychology.
Atualmente é recomendada pela Organização Mundial da Saúde como uma das terapias mais eficazes no tratamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
O EMDR busca tratar sintomas e sofrimentos emocionais que surgiram de experiências de vida perturbadoras, a que chamamos de traumas emocionais, a partir da ativação dos hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, com movimentos bilaterais sensoriais.
Nosso hemisfério cerebral direito é mais rápido, mais simbólico, metafórico e emocional enquanto o hemisfério cerebral esquerdo é mais lento, lógico, linear, mais específico da linguagem; aquele que resolve os problemas e racionaliza. Assim, os movimentos sensoriais bilaterais irão ajudar na fluência entre nossas emoções, razão e ações.
Aquilo que vivemos, portanto, como nossas memórias e experiências que nos trazem sofrimento, ficam guardadas em diferentes locais em nosso cérebro e podem ser acessadas a partir de uma série de estímulos sensoriais (movimentos oculares, estímulos táteis ou auditivos) juntamente com uma metodologia de acesso ao conteúdo traumático. São estes estímulos sensoriais que farão os hemisférios direito e esquerdo se comunicarem de forma a processar o trauma e facilitará que deixemos no passado aquele conteúdo que nos causa tanto sofrimento.
Inicialmente será perguntado o motivo pelo qual o paciente está buscando por uma psicoterapia. O que lhe aflige e como gostaria de ficar em relação a isso. Na sequência, são levantados pontos relevantes para a psicoterapia, como uma breve história de vida e alguns pontos essenciais para compreender a situação atual de sofrimento.
Depois de esclarecido o motivo para a psicoterapia, é iniciado um trabalho que regulação emocional. Ou seja, é ensinado ao paciente técnicas de como se tranquilizar e se sentir seguro, que pode ser muito utilizado fora do consultório também.
Na sequência, é selecionado o alvo do trabalho a ser realizado. Por exemplo, o paciente pode escolher trabalhar sua angústia da perda de um ente querido, ou um medo exagerado do escuro, ou as sensações físicas de pânico, traumas referentes a abuso sexual sofrido, etc. Sobre este alvo é pedida uma imagem que exemplifique a situação e o quanto isso é perturbador ainda hoje em dia. Costuma-se usar uma escala para medir este nível de perturbação que servirá de parâmetro na continuidade do trabalho terapêutico. Esta lembrança costuma nos fazer pensar coisas inadequadas sobre nós mesmo, nossas crenças negativas, como: não sou capaz, não tenho valor, sou burro, ninguém gosta de mim, etc. E estas crenças são também registradas para o trabalho psicoterapêutico. Além disso, é pedido ao paciente que diga como ele se sente em relação a esta lembrança em termos emocionais (tristeza, raiva, angústia, etc) e onde no corpo elas são sentidas (coração, garganta, cabeça, estômago, etc).
Após este levantamento, pede-se ao paciente para pensar na imagem escolhida, no que pensa de si mesmo tendo vivido aquela situação, suas emoções e sensações corporais e são iniciados movimentos bilaterais sensoriais (ou visual, ou auditivo ou tátil) enquanto o paciente deve observar em si o processo dos pensamentos que surgem, emoções, lembranças e sensações.
De tempos em tempos o estímulo é interrompido e é pedido ao paciente dizer o que surgiu durante o reprocessamento cerebral. Volta-se à estimulação até que o nível de perturbação diminua de modo significativo em virtude do trauma não causar mais sofrimento.
Tendo isso ocorrido, o paciente irá responder como ele se vê agora frente a aquela situação que antes era perturbadora. O que ele pensa de positivo de si mesmo agora olhando para aquela cena e o quanto ele acredita nisso sobre si mesmo numa escala numérica. Ele pode dizer: sou capaz, eu consigo, sou forte, etc. e tais crenças positivas são reforçadas com novos movimentos bilaterais.
Por fim, é feita uma varredura corporal para avaliar se há ainda alguma perturbação. Caso haja algum resquício de perturbação física, este é trabalhado até que se dissolva. Caso contrário, encerra-se este alvo e é dado seguimento a novas lembranças relacionadas à queixa do paciente, como numa sequência de eventos.
Sim, para isso são feitas algumas perguntas clínicas antes para saber sobre saúde física e emocional a fim de dar o melhor direcionamento.
A psicoterapia de EMDR é destinada a todos aqueles que desejam melhorar seu autoconhecimento, desejam solucionar conflitos e, acima de tudo, buscam a melhora de sua saúde mental.
Sim. É uma terapia desenvolvida com estudos científicos que segue uma série de cuidados e protocolos de trabalho, que podem ser acessados no link abaixo:
Sem dúvida! Há várias formas de acessar nossas dores emocionais que não apenas através da linguagem verbal. O psicólogo saberá conduzir da melhor forma o processo para que as dificuldades que surjam possam ser também trabalhadas.
A evolução do quadro emocional está relacionada ao desenvolvimento da capacidade de lidarmos com nossas dores e sofrimentos, assim como de nossas habilidades e emocionais.
Assim, quanto mais há de dedicação e continuidade no auto cuidado mais percebemos os benefícios da psicoterapia naquilo que buscamos trabalhar
O EMDR é recomentado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme pode ser visto no link a seguir:
https://www.who.int/news/item/06-08-2013-who-releases-guidance-on-mental-health-care-after-trauma
Além da OMS temos recomendação sobre a eficácia do EMDR advindos da Associação Americana de Psiquiatria, Conselho Nacional de Saúde Mental (Israel), Divisão Clínica da Associação Americana de Psicologia, Departamento de Saúde, Serviços Sociais e Segurança Pública (Belfast), Departamento de Assuntos de Veteranos e Departamento de Defesa, Diretrizes de Direção Nacional Holandesa de Saúde Mental, Sociedade Internacional de Estudos de Estresse Traumático Nova York, Instituto Nacional de Excelência Clínica (Inglaterra), Consultor de Terapia, Departamento de Saúde do Reino Unido, entre outros que podem ser vistos em:
Sim, você pode fazer EMDR. É importante, todavia, conversar com seu médico para que ele esteja ciente do trabalho a ser realizado. Ademais, podem ser utilizados outros estímulos físicos que podem lhe deixar mais confortável, como estímulos táteis (toque suave alternados no dorso das mãos) ou auditivos (com sons bilaterais).
Atualmente o Príncipe Harry veio a público falar de sua experiência de psicoterapia com a abordagem de EMDR, conforme pode ser visto no link a seguir.
Grey’s Anatomy
https://www.facebook.com/watch/?v=570436936863737
1) Além de tratar a experiência ruim e suas consequências, ele também atua em regiões do cérebro relacionadas, que muitas vezes nem sabemos quais são.
2) O Paciente revive menos sua lembrança desagradável. Sabemos que falar muitas vezes é difícil, chato, cansativo e desgastante. Como é mais importante processar do que falar, o EMDR oferece esse benefício.
3) Impacto na fisiologia do cérebro. É possível constatar o avanço fisiológico em exames de tomografia (SPECT). Confira as imagens:
O EMDR é indicado para: Além dos casos citados acima, podemos indicar o EMDR para sofrimentos emocionais diversos, traumas, depressão, transtornos de humor, ansiedade, transtorno de pânico, medos e fobia, procrastinação, autosabotagem, estresse, violência sexual, pesadelos, insônia, suicídio, auto mutilação, TEPT (transtorno de estresse pós traumático), luto, dor crônica, TAB (Transtorno afetivo bipolar), controle da raiva, autoestima, timidez, conflitos interpessoais, dependência emocional, compulsões, gagueira, carência, luto, anorexia, bulimia, somatizações, obesidade, ciúmes, culpa, raiva, dores crônicas, formigamentos, sensação de cheiros e gostos que não existem, problemas sexuais e pesadelos repetitivos, etc.